segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Em 14 anos, funcionalismo público federal tem 6.042 servidores expulsos

Gabriel LuizDo G1 DF
CGU Gnews (Foto: GNews)Fachada do prédio da Controladoria-Geral da União (Foto: GloboNews/Reprodução)


























Em 14 anos, 6.042 funcionários federais foram expulsos do serviço público ou tiveram aposentadoria cassada por causa de irregularidades, aponta levantamento do Ministério da Transparência. A maior parte dos casos (64%) se refere a punições por corrupção. De janeiro até setembro deste ano, 383 pessoas que repondiam a processos administrativos deixaram os quadros do serviço público em todo o país.
SERVIDORES PUNIDOS ENTRE 2003 E 2016
UFTotal de
expulsões
Servidores
ativos
Expulsos
por mil
ativos*
AM25210.24311,32
MS12710.1089,60
MA16510.3808,29
SP64045.7257,94
PA25517.9727,62
MT1899.5327,55
RO1548.3807,28
TO594.9217,11
RR937.8857,10
PR27423.2646,66
RJ1.052100.4305,90
CE19917.4925,66
DF746 70.2865,16
AL737.7404,91
PE22922.8154,60
GO12614.0104,50
BA22223.1674,36
SE546.5504,27
ES11611.1234,23
AP1298.7703,99
AC293.8083,94
SC15418.4813,52
PB9816.1452,73
RN8913.8622,60
MG28255.4882,40
RS20035.3692,35
PI368.6541,62
TOTAL6.042582.6005,22
* Considerando os últimos cinco anos
Fonte: CGU
De acordo com o levantamento, as expulsões ocorreram principalmente por atos relacionados a corrupção (como pagamento de propina); inassiduidade, abandono ou acumulação ilícita de cargo; atuação “preguiçosa” ou participação em gerência ou administração de empresas privadas. Os números não incluem trabalhadores de estatais, como a Petrobras, a Caixa e os Correios.
O Rio de Janeiro é a unidade da federação com maior número de punidos, com 1.052 expulsos. No estado, trabalham 100,4 mil servidores. A segunda unidade com maior número é oDistrito Federal: 746 servidores foram expulsos desde 2003. O DF tem 70,2 mil funcionários públicos federais. Proporcionalmente, porém, o Amazonas é o estado com maior número de servidores punidos, com índice de 11,32 para cada mil funcionários (veja tabela).
Segundo o corregedor-geral da União, Waldir João da Silva Júnior, as estatísticas não embasam as ações de fiscalização. "O que realmente nos importa é fazer apuratórios quando se tem irregularidade. Esse é o grande norte da atividade de corregedoria", disse aoG1.
Em média, os processos administrativos duram cerca de dois anos. "Os casos que andam rápido são quando a materialidade é maior. Tem situação que é resolvida em 150 dias", relatou. As situações são investigadas a partir de denúncias anônimas e da imprensa e da ação interna da corregedoria de cada órgão.
A pasta com maior número de expulsos é o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (1.519). "É um órgão que tem corregedoria muito atuante. Como o INSS está integrado ao ministério, lá tem muita fragilidade em relação à concessão de benefícios", explicou.
Em segundo, vem o Ministério da Educação, com 1.008 expulsos. "Ao todo, o MEC tem 285 mil servidores, espalhados por todo o país. Ou seja, quase metade dos servidores públicos federais são vinculados ao MEC."
"Quando a conduta é grave e fere princípios, havendo improbidade administrativa, a gente encara como corrupção. Em outros casos, até se dá advertência. Mas em casos de corrupção, a pessoa é necessariamente expulsa", continuou o corregedor.
Expulsões
Dos 6.042 servidores expulsos desde 2003, 5.043 (83,4%) eram concursados e 532 (8,8%), comissionados. De acordo com o ministério, 467 (7,7%) tinham cometido alguma irregularidade enquanto estavam ativos e tiveram a aposentadoria cassada.

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