quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MEU PAÍS É LINDO, MAS OS POLÍTICOS - Por Marc Souza






Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza.

Mas que beleza!

E fica nisso. O país é lindo... Mas os políticos...



Daqui a pouco para participar de um partido político a pessoa terá que ter ficha suja e não ficha limpa.

Entrevista para se filiar em partido político:

- Experiência anterior?

- Complexo de Pinhais, Papuda.

- Ótimo Curriculum, está aqui sua ficha de inscrição.



Não é possível isso, o país é lindo, mas a praga de Brasília esta acabando com tudo.

Ponte Que Partiu!



O pior é que o país inteiro.

Quando mandarem prender todos os políticos corruptos do país vai faltar cadeia.

Foz do Iguaçu já transferiu a sede da Câmara Municipal para a Cadeia Pública da cidade. É de lá que a maioria dos vereadores está despachando.



É mole!



Enquanto isso no congresso nacional, deputados e senadores trabalham incansavelmente (parece até mentira) para desqualificar a Operação Lava Jato, afinal, se continuar assim daqui a pouco, o Congresso será transferido para Curitiba.



Um político revoltado desabafou:

“Quando a operação Lava Jato surgiu eu achei que era para lavar os nossos jatinhos e não para descobrir com que dinheiro compramos eles. Esses juízes estão de brincadeira”.



Também acho que os juízes da Lava Jato estão de brincadeira, afinal, estão prendendo muito devagar. Manda prender todos os corruptos, que a gente cerca Brasília e já os deixamos por lá.



Quanto a capital federal?

Vamos fazer em outro lugar.



Marc Souza


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Que país é este? Que país é este? (Isso não é uma música do Legião Urbana)




Não tem jeito. O Brasil não tem mais jeito.

A solução?

A solução é só uma:

Devolver o país pros índios e pedir desculpa.

Agora o problema vai ser eles aceitarem esta p*rr@ de volta.



Cabral! Oh, Cabral! Onde tu estavas com a cabeça Cabral, quando viestes pra cá? O que fizestes gajo? Já que descobristes isto aqui, dar-te um jeito de cobrires novamente.



Eita país zoado.

O Brasil esta mais bagunçado do que a programação do SBT.



A pergunta que não quer calar:

Como acabar com o crime, se as leis são feitas pelos ladrões?

Alguém aí tem a resposta?

No Brasil dão as chaves do galinheiro para a raposa.



Cabral! Oh, Cabral! O que fizestes tu, gajo?

Que país é este? Que país é este?

Nem todo o sabão em pó do mundo consegue limpar tanta sujeira.



Como conter gastos na previdência se políticos se aposentam com 08 anos de mandato?

Como conter gastos no governo se políticos tem mordomias dignas da rainha da Inglaterra?

É salário milionário, carros oficiais, apartamento, roupa, passagens aéreas, assessores, e cartões corporativos sem limites, para trabalhar de terça e quinta, quando muito.

Mas, quem dá prejuízo ao erário são os servidores públicos que trabalham a semana inteira e sequer tem aumento de salário condizente com a inflação.



Que país é este?

Onde os cortes começam pelos mais pobres para as mordomias dos mais ricos serem mantidas?



É mole?

Aqui a banana come o macaco. A linguiça come o cachorro. E o STF não consegue nem mandar bandidos para a cadeia (Ah, manda sim, mas os bandidos pobres, claro).



Cabral? Cabral? Que m&r!@ foi esta que fizestes, Cabral? Que m&r!@!



Marc Souza

sábado, 10 de dezembro de 2016

Pagamentos a Romero Jucá superam R$ 22 milhões, diz delator

  • Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) recebeu R$ 22 milhões de propina da Odebrecht, segundo a delação do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. De acordo com o delator, o atual líder do governo no Congresso "concentrava a arrecadação e distribuição dos recursos destinados ao partido". Em troca, Jucá atuava como "patrocinador" de uma "intensa agenda legislativa" em favor da Odebrecht.
Jucá recebeu o apelido de "Caju". O delator disse que o fato de sua relação com Jucá envolver dinheiro lhe dava privilégios, como o de ser recebido a hora que quisesse, mesmo com o gabinete lotado de pessoas ou de esperar o senador na sala dele, mesmo sem a presença do parlamentar.
Sobre a escolha do senador como o principal articulador da empreiteira no Congresso, Melo apontou dois motivos: "a intensidade da sua devoção aos pleitos que eram do nosso interesse e o elevado valor dos pagamentos financeiros que foram feitos ao senador ao longo dos anos", diz o anexo da delação premiada.
Segundo o ex-executivo da Odebrecht, Jucá atuou para a aprovação de 14 projetos de lei ou medidas provisórias de interesse da empreiteira, principalmente de temas tributários. O delator lembra que ele é considerado o "Resolvedor da República no Congresso" e o "Eterno Líder", por ter ocupado esse cargo várias vezes. Segundo Melo, Jucá também tinha "desenvoltura" no tratamento com o Poder Executivo, especialmente nos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
A conta, disse o delator, era paga nas eleições. "Todo apoio desenvolvido pelo senador teria, nos momentos de campanha, uma conta a ser paga", disse. Ele relatou que os apoios eram "equacionados" nas contribuições a pretexto da campanha eleitoral, de forma oficial ou via caixa 2.

Jucá nega 

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse desconhecer a delação e nega ter recebido recursos para o PMDB.
Jucá também diz que todos os recursos da empresa ao partido foram legais e que ele, na condição de líder do governo, sempre tratou com várias empresas, mas em relação à articulação de projetos que tramitavam na Casa.

Narrativa devastadora da Odebrecht cita Temer 44 vezes, mas delator é vago

O presidente Michel Temer é citado 44 vezes no documento no qual o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht em Brasília Claudio Melo Filho detalha os termos de sua delação premiada à Lava Jato.
Eis aqui a íntegra do documento, com o nome de Michel Temer anotado com marca-texto.
Este texto é do Poder360. Receba a newsletter.
A 1ª citação a Michel Temer está o índice das informações prestadas por Claudio Melo, logo na página 2 do documento, com a seguinte inscrição: “Meu relacionamento com Michel Temer”.
A partir daí, o presidente da República é citado 40 vezes pelo seu nome completo. Apenas o sobrenome, “Temer”, surge em 2 trechos. Por fim, as iniciais “MT” aparecem uma vez num e-mail de Marcelo Odebrecht (ex-presidente da empreiteira e agora preso em Curitiba) autorizando, em linguagem cifrada, o que Claudio Melo diz ter sido um pagamento de dinheiro ilegal ao peemedebista.
Do ponto de vista da narrativa, o depoimento de Claudio Melo é devastador politicamente para Michel Temer. Há elementos suficientes para que o presidente seja questionado no Congresso por um eventual pedido de impeachment –que é um processo de natureza política. Como se trata de fatos anteriores ao mandato, seria tecnicamente difícil prosperar a tese do impedimento, embora o desgaste seja inevitável.
Quando se observa a materialidade dos possíveis crimes relatados, entretanto, há ainda trechos desconexos no relato de Claudio Melo. Do ponto de vista estritamente jurídico, Michel Temer pode tentar se eximir de responsabilidade alegando falta de provas materiais –pelo menos, por enquanto.
O problema para o presidente da República é que este é apenas o 1º dos 77 termos de delações premiadas de pessoas ligadas à empreiteira Odebrecht. Outros delatores poderão eventualmente corroborar a história contada por Claudio Melo –e até avançar, fornecendo evidências concretas para servir de prova no processo.
O presidente da República fica está numa situação delicada. Tem de se defender agora (o Planalto já publicou uma nota oficial; outros citados também se manifestaram), mas sem saber o que pode aparecer nos próximos dias ou semanas para eventualmente enredá-lo ainda mais nesse caso descrito como caixa 2 de campanha eleitoral.
Poder360 selecionou todas as menções a Michel Temer no documento com as informações prestadas por Claudio Melo. São extratos do termo completo (que pode ser lido aqui). As imagens estão todas ao longo deste post.
A história mais concreta contra o presidente da República trata de 1 já conhecido e noticiado jantar no Palácio do Jaburu, “oportunidade em que ele [Michel Temer] solicitou a Marcelo Odebrecht pagamento ao PMDB”. Tal pagamento teria se consumado no valor de R$ 4 milhões “via Eliseu Padilha” (atual ministro da Casa Civil e amigo pessoal de Temer).
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Claudio Melo prossegue dizendo, de maneira assertiva, que nesse jantar no Jaburu “Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo [Odebrecht], apoio financeiro para as campanhas do PMDB no ano de 2014”. O jantar foi realizado, diz o delato, “possivelmente no dia 28 de maio de 2014”.
Segundo o delator, durante esse jantar, “Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento de R$ 10 milhões”. Ao narrar essa decisão de seu então chefe, Claudio Melo faz uma inferência: “Claramente, o local escolhido o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a da mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião”.
MichelTemer-Odebrecht-jantarO delator diz que a doação de dinheiro requerida por Michel Temer aparece em uma mensagem eletrônica de Marcelo Odebrecht, muitos meses depois, em 10 de outubro de 2014.
Nesse e-mail, o então presidente da Odebrecht copia Claudio Melo Filho (identificado pelas iniciais “CMF”). Marcelo Odebrecht fala em um “buraco de 4 reais”, que seriam R$ 4 milhões. Alguém (identificado como “PS”) “avisaria o amigo de CMF (MT) que este seria nosso únicos [sic] contas a pagar do time dele!”. Eis a reprodução do e-mail:
Marcelo-buraco-4-reaisClaudio Melo informa a seguir que “do total de R$ 10 milhões prometido por Marcelo Odebrecht em atendimento ao pedido de Michel Temer, Eliseu Padilha ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões. Compreendi que os outros R$ 6 milhões, por decisão de Marcelo Odebrecht, seriam alocados para o sr. Paulo Skaf [presidente da Fiesp e candidato a governador de São Paulo em 2014]”.
Eis esse trecho da delação:
12Como se nota, apesar das citações fartas, esse episódio da doação da Odebrecht contém algumas pontas soltas.
Em um determinado momento, o delator menciona doação ao PMDB no valor de R$ 10 milhões a pedido de Michel Temer. Depois, diz ter entendido que seriam R$ 6 milhões para Paulo Skaf e os outros R$ 4 milhões para Michel Temer. De onde vem esse entendimento? Não se sabe. Claudio Melo não explica.
Outro aspecto interessante são as datas citadas a respeito dos R$ 4 milhões que teriam ido para Michel Temer.
O jantar no Palácio do Jaburu foi realizado “possivelmente no dia 28 de maio de 2014”. Ali acertou-se o pagamento, diz Claudio Melo.
Em 9 de outubro de 2014, um e-mail de Marcelo Odebrecht dá a entender que a entrega do dinheiro ainda estava pendente. O então presidente da Odebrecht fala em um “buraco de 4 reais” (que seriam R$ 4 milhões).
Ocorre que num trecho de seu relato Claudio Melo afirma que 1 dos pagamentos [pelo que se entende referente aos R$ 4 milhões] teria sido realizado no período de “10 de agosto e o final de setembro de 2014 na rua Capitão Francisco, 90, Jardim Europa, sede do escritório de advocacia José Yunes e Associados. José Yunes é hoje assessor especial da Presidência da República”.
Se em 9 de outubro de 2014 Marcelo Odebrecht dava conta de um “buraco” pelo não pagamento de R$ 4 milhões, como em agosto e setembro do mesmo ano parte desse pagamento já teria sido efetuado? Não se sabe, pois o depoimento de Claudio Melo não esclarece –o que poderá vir a fazer quando sua delação formal for tomada a termo para homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
É possível que Marcelo Odebrecht tenha enviado o e-mail em outra data. Na mensagem estava anotado 09/10/2014. O empreiteiro poderia, eventualmente, estar usando o sistema americano –nesse caso, seria 10 de setembro de 2014. Ainda assim restaria uma incongruência a ser dirimida.
Também chama a atenção nesse termo para fazer delação do ex-lobista da Odebrecht —como em outras delações da Lava Jato— o fato de nunca serem detalhados os atos de entrega em si do dinheiro ilegal.
No caso dos R$ 4 milhões para Michel Temer, o delator diz que os pagamentos “foram realizados via Eliseu Padilha” e que “um dos endereços de entrega foi o escritório de advocacia do sr. José Yunes”. Mas quando se entregou nesse escritório? Foi em reais? Em dólares? Como essas cifras eram transportadas? Iam em envelopes? Em malas? De onde o dinheiro saia exatamente? Era algum doleiro o fornecedor ou havia saques bancários?
Tudo será mais adiante comparado com os demais delatores da Odebrecht. Possivelmente, quem dará detalhes operacionais como os mencionados no parágrafo acima será Benedicto Barbosa Silva Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como ”BJ”.
BJ cuidava das chamadas “operações estruturadas” da Odebrecht, um eufemismo para os pagamentos de propinas e caixa 2. As planilhas apreendidas com BJ são riquíssimas em detalhes sobre possíveis doações ilegais.
Embora o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, tenha determinado que as planilhas fiquem em sigilo, os documentos foram colocados de maneira aberta ao público por mais de um dia. É possível ter acesso a tudo aqui.
Para Michel Temer, neste momento, resta apenas torcer para que não apareçam novos elementos comprobatórios que preencham algumas lacunas da narrativa de Claudio Melo. Trata-se de uma aposta, cujo resultado é incerto.
A seguir, imagens de outros trechos da delação de Claudio Melo:
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Líder do PCC, Marcola pediu autorização para pôr botox na prisão

  • AP
    Marcola, preso atualmente na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, era um dos líderes do PCC
    Marcola, preso atualmente na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, era um dos líderes do PCC
O Ministério Público Estadual (MPE) apurou que, além de chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), temido e respeitado pela maioria da população carcerária de São Paulo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, é um detento vaidoso.
As investigações da Polícia Civil e do MPE descobriram que o chefe da facção criminosa pediu autorização duas vezes para colocar botox, no segundo semestre do ano passado, para cuidar de sua aparência.
Marcola tinha um dermatologista particular que o atendia na Penitenciária de Presidente Venceslau 2, no interior do Estado, onde está preso. Foram realizadas algumas consultas e receitados cremes e cuidados para tratar a pele do chefe do PCC. Depois de uma delas, o médico, em nome de Marcola, fez o pedido para a aplicação do produto.
"O pedido foi negado. Posteriormente, o médico reiterou o pedido e alegou que Marcola sofre de neuralgia do nervo trigêmeo para justificar a intervenção", contou o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco. "Um dos principais sintomas é que o paciente tem dores muito fortes. O que não é e nunca foi o caso do Marcola, obviamente."
O médico prestou depoimento na promotoria e admitiu que foi o próprio chefe do PCC que pediu que ele fizesse o documento informando que o preso estava doente e precisava colocar o botox. A suspeita é de que Marcola quisesse tirar os pés de galinha de seu rosto. O líder da facção criminosa está com 48 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Plano de saúde do PCC tinha custos de R$ 400 mil/mês e incluía massagista

  • Eduardo Knapp/Folhapress
    Manifestação de presos durante rebelião em presídio controlado pelo PCC
    Manifestação de presos durante rebelião em presídio controlado pelo PCC
O Primeiro Comando da Capital (PCC) mantinha um "plano de saúde" para os integrantes da sua cúpula ao custo de R$ 400 mil por mês, com direito a tratamentos e cirurgias com médicos especializados e até a massagistas.
As informações integram a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE) à Justiça contra 40 advogados ligados à organização e 14 detentos do grupo por crimes de associação criminosa armada e corrupção, que podem levar a 20 anos de prisão.
A denúncia de 690 páginas, obtida pelo Estado, esmiúça o funcionamento da chamada célula R, um aperfeiçoamento da antiga "sintonia dos gravatas", advogados que representavam integrantes da facção. Trocas de mensagens com organogramas e pagamentos foram interceptadas. Segundo o MPE, as funções do grupo deixaram de ser exclusivamente jurídicas e passaram a funcionar como elo de comunicação das atividades criminosas entre os líderes presos e os que estão em liberdade.
Os profissionais passaram também a ser os responsáveis por "organizar e custear serviços médicos prestados aos presos integrantes da cúpula. "É certo que o pagamento de todos esses serviços expostos é feito com recursos de origem ilícita da própria organização criminosa, obtidos com o lucro do narcotráfico e demais crimes afins", descreve o documento.
A investigação mostrou que a facção chegou a financiar cerca de 100 cirurgias no ano passado a membros do grupo, um procedimento a cada três dias; os custos chegavam a R$ 400 mil por mês e incluíam exames particulares de especialistas como fisioterapeutas, dentistas, dermatologistas e até massagistas. O atendimento ocorria prioritariamente a detentos da Penitenciária de Presidente Venceslau 2 e da unidade de Presidente Bernardes, onde cumprem pena os líderes do PCC.
"São benefícios que só quem tem plano de saúde, um bom plano, pode usufruir", disse o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo Especial de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente.
Os investigadores suspeitam que os procedimentos médicos tenham sido superfaturados, com a cobrança do triplo do valor comum de mercado para consultas, por exemplo. As cirurgias, autorizadas pela Justiça, não tiveram nota fiscal emitida e há a suspeita de que a facção estivesse também lavando dinheiro por meio dos atendimentos. Somente um dos profissionais contratados chegou a receber mais de R$ 100 mil em um mês.

Operação

A investigação levou à deflagração da Operação Ethos, no dia 22 de novembro, e à prisão de 33 advogados e do agora ex-integrante do Conselho de Defesa de Direitos da Pessoa Humana (Condepe) Luiz Carlos dos Santos, também denunciado ontem. Nesta semana, 11 presos tiveram pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça.
Para o Ministério Público, os profissionais denunciados passaram a integrar o "quadro jurídico" do PCC e contribuíram e concorreram direta ou indiretamente "para o projeto de poder e esquema da maior organização criminosa do País".
A investigação apontou que os profissionais tinham "plena consciência de que o dinheiro que movimentavam era oriundo do setor do 'progresso' (tráfico de drogas), da 'cebola' (mensalidade paga pelos integrantes) e das rifas" e usavam escritórios de fachada, que serviam "como ponto de apoio da organização".
Entre os denunciados da cúpula da facção está Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, preso atualmente na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. "Marcola e os demais integrantes da cúpula têm uma liderança sólida e sem oposição. Desde 2006, depois dos ataques, ele nunca mais deixou de liderar a facção criminosa", disse o promotor Lincoln Gakiya.
Cartas interceptadas no âmbito do inquérito policial mostraram ainda a atuação da facção em demandas judiciais de presos detidos em Estados como Rio Grande do Norte, Brasília, Ceará, Paraná e Santa Catarina.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Justiça bloqueia bens de Eduardo Paes em ação sobre obra da Olimpíada

  • Adriano Delgado/UOL
    Ago.2016 - Eduardo Paes carrega tocha olímpica no Rio de Janeiro
    Ago.2016 - Eduardo Paes carrega tocha olímpica no Rio de Janeiro
A Justiça no Rio de Janeiro bloqueou na quarta-feira (7) os bens do prefeito Eduardo Paes (PMDB) em uma ação na qual ele é acusado de improbidade administrativa referente à construção do campo de golfe olímpico da Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.
De acordo com a decisão do juiz da 8ª Vara de Fazenda Pública Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, apenas os valores referentes a renda de trabalho serão mantidos disponíveis para movimentação.
De acordo com o processo, a construtora Fiori Empreendimentos Imobiliários, responsável pela obra, também teve os bens indisponibilizados.
A ação foi ajuizada pelo MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio), por meio do Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente). Segundo a acusação do órgão, a construtora deixou de pagar R$ 1,8 milhão em licenças ambientais (custo que foi assumido pela própria prefeitura) devido à remoção de "vegetação exótica" em uma área de 61.000 m² (equivalente a oito campos de futebol).
Ainda de acordo com o despacho, a Fiori pediu a Paes, em 14 de março de 2013, que a prefeitura pagasse o tributo, argumentando que "não teria sido contemplado nos custos do contrato o pagamento da citada taxa e que tal cobrança iria criar ônus adicional superior aos benefícios que lhes foram concedidos".
O MP-RJ pede a devolução do valor corrigido, o que chegaria a R$ 2,3 milhões. A intenção de Paes de mudar-se para os Estados Unidos em 2017 acelerou a decisão judicial. "Nesse sentido, a preocupação se acentua, na medida em que ao término de seu mandato, já se anunciou que o sr. prefeito irá residir nos Estados Unidos, o que pode dificultar ainda mais a recomposição dos danos causados", diz a decisão.
Segundo a declaração do prefeito feita à Justiça Eleitoral em 2012, última vez que se candidatou, ele tinha bens avaliados em um total de R$ 330.112,69.
Eduardo Paes informou em nota que recorrerá da decisão e que cobrou da empresa que o pagamento fosse realizado --a última cobrança, segundo a prefeitura, foi realizada no dia 9 de novembro deste ano. Além disso, o prefeito repudia "a insinuação do Ministério Público de que sua ida aos Estados Unidos em 2017 representaria uma forma de não cumprir eventuais responsabilidades referentes ao período do seu governo".
O prefeito também tuitou sobre o caso:
Como algo isento teria um documento de cobrança e um pedido de inscrição em dívida ativa?
Já o setor jurídico da Fiori Empreendimentos Imobiliários informou que só vai se pronunciar depois de receber a notificação da sentença.
Reprodução
Trecho final da decisão judicial que tornou indisponíveis bens do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB)

"Fórmula mágica"

Segundo o juiz, a ação do MP-RJ é embasada por "prova documental consistente", apontando que o pagamento da taxa devida pela Fiori para obter a licença ambiental foi dispensado "contra todas as recomendações da Secretaria de Meio Ambiente".
A decisão detalha que a solicitação da empresa para isenção da taxa, após a recomendação negativa da secretaria, foi encaminhada pelo próprio prefeito à Procuradoria Geral do Município por duas vezes.
Na primeira, o procurador geral Fernando dos Santos Dionísio se pronunciou contra a isenção, mudando o parecer na segunda petição, quando Paes argumentou que a construção na área em questão era de "interesse social da prefeitura".
"A fórmula mágica encontrada para afastar o pagamento constitui claro ato de improbidade administrativa que causou evidente dano ao erário municipal", escreve Ferreira Chaves.
O magistrado aponta que, reconhecendo a impossibilidade de se conceder isenção ao pagamento da taxa, a solução adotada foi apontar "suposto desequilíbrio financeiro do contrato, sem qualquer estudo mais aprofundado, e baseado em meras afirmações da parte interessada, para imputar ao município a responsabilidade pelo pagamento da quantia de R$ 1.860.312,30".

Outro lado

O prefeito Eduardo Paes enviou tarde desta sexta um posicionamento oficial sobre a decisão da Justiça. Confira abaixo a íntegra da nota.
O prefeito Eduardo Paes vai recorrer da decisão judicial de bloqueio dos seus bens e esclarece que, diferentemente do que afirma o Ministério Público, a Prefeitura do Rio exigiu, no processo de licenciamento ambiental do Campo de Golfe, que a Fiori Empreendimentos Imobiliários pagasse a taxa para a autorização de supressão de vegetação exótica. Conforme mostram os arquivos anexos, foi emitido por diversas vezes o Documento de Arrecadação de Receitas Municipais (DARM) nº 53904 em nome da Fiori, que não efetuou o pagamento. Por isso, em 09/11/2016, um mês antes da ação ajuizada pelo MP, a Secretaria de Meio Ambiente já havia enviado ofício à Procuradoria-Geral do Município solicitando a cobrança dos valores atualizados e acrescidos de juros de mora (R$ 3,365 milhões) via dívida ativa.
O prefeito Eduardo Paes repudia ainda a insinuação do Ministério Público de que sua ida aos Estados Unidos em 2017 representaria uma forma de não cumprir eventuais responsabilidades referentes ao período do seu governo. Paes reforça que sua ida a Nova York é de conhecimento público há mais de um ano, quando recebeu o convite de uma das mais importantes universidades americanas, a Columbia University, que faz parte da renomada Ivy League, para ser professor visitante. Além disso, ele também foi convidado para ser consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A volta de Paes ao Brasil já tem data prevista, uma vez que o prefeito anunciou seu interesse em concorrer ao governo estadual em 2018.

Paes lembra ainda que, apesar de ação anterior do Ministério Público contra a construção do Campo de Golfe, a Prefeitura obteve da Justiça parecer favorável ao empreendimento que representou ganho ambiental à região.