segunda-feira, 29 de maio de 2017

Novo ministro da Justiça admite a jornal mexer no comando da PF e diz que crise não é política

(Reuters) - O novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira que vai ouvir a recomendação do presidente Michel Temer e avaliar mexer no comando da Polícia Federal, e afirmou que não há crise política no país.
Torquato, que comandava o Ministério da Transparência, foi nomeado no domingo para substituir Osmar Serraglio na Justiça, movimento que pode ter como objetivo fortalecer a posição do presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às vésperas do início do julgamento que pode cassá-lo.
Perguntado na entrevista se pretende mexer no comando da Polícia Federal, que tem Temer e diversas autoridades do governo entre os alvos de investigação da operação Lava Jato, o novo ministro disse que vai avaliar eventual mudança.
"Vou ouvir a recomendação do presidente, de outras personalidades que conhecem o assunto, fazer o meu próprio juízo de valor e decidir. Não vou me precipitar nem antecipar nada", afirmou.
Torquato Jardim, que foi ministro do TSE em dois períodos (entre 1988 e 1992 e entre 1992 e 1996) e presidiu o Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) entre 2002 a 2008, reconheceu que terá um papel a desempenhar na interlocução entre o governo e o Judiciário, e disse considerar que o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE "será técnico".
O tribunal eleitoral poderá cassar a chapa comandada pela ex-presidente Dilma Rousseff e seu então vice-presidente, de modo que Temer perca seu mandato. O reinício do julgamento está marcado para o próximo dia 6.
"Os ministros decidirão com base no que está nos autos. Tem a acusação e a defesa, a inicial e a contestação, como em qualquer ação. No mais, é especulação. A inicial é referente à 2014 e o que será observado são os fatos e provas que ali estão", disse Torquato à Folha.
Apesar da crise que atingiu o governo após as delações de executivos do grupo J&F, que incluem a gravação de uma conversa de Temer com o empresário Joesley Batista, o novo ministro da Justiça disse que "a crise não é política".
"O que interessa, em primeiro lugar, é a economia. A crise não é política --a mídia transformou em crise política--, mas econômica", afirmou.

Novo ministro da Justiça disse que vai avaliar mudanças na Polícia Federal e ouvir Temer em tudo


Nomeado para o ministério da Justiça no auge da maior crise política enfrentada pelo presidente Michel Temer após a delação da JBS, Torquato Jardim disse em entrevista à Folha de S. Paulo que vai avaliar mudanças no comando da Polícia Federal e prometeu ouvir Temer em tudo.
Jardim é ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, que julgará na semana que vem uma ação que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer.
Questionado se pretende mexer no comando da Polícia Federal, Jardim disse que vai avaliar e ouvir a recomendação de Temer, “de outras personalidades que conhecem o assunto, fazer o meu próprio juízo de valor e decidir. Não vou me precipitar nem antecipar nada”.
Ele já fez críticas a procedimentos da operação Lava-Jato, como as prisões provisórias, por exemplo e, ao ser questionado se teria sido nomeado para interferir nos rumos das investigações, negou. “Em absoluto. Não tem nada a ver com isso”.
“Lancei dúvidas clássicas de um advogado. As prisões são legais, isso é certo. O que me preocupa é a fundamentação correta e precisa do tempo de prisão temporária, quanto ela deve se alongar. E essa preocupação não é só minha. É do Supremo [Tribunal Federal]. Mais de um ministro já falou sobre isso”.
O ministro também negou haver qualquer tipo de tensão entre o Executivo e o Judiciário.
Jardim afirmou ainda que a situação de Temer não o preocupa e que não vê riscos de o presidente não concluir seu mandato. “Se passam as reformas no Congresso, nas próximas quatro ou cinco semanas, tudo será resolvido”.
Ao ser questionado sobre se Temer será cassado no TSE, Jardim disse que o julgamento será “técnico”.
Jardim fez ainda considerações sobre a crise no Brasil, que, para ele, não é política e sim econômica.
“A parceria do Executivo com o Congresso está intocada. Serão votadas todas as reformas, trabalhista, da Previdência, o financiamento das dívidas dos municípios”, afirmou.

Voltamos à era do messianismo político que gerou Hitler, diz frei Betto

José Cruz/ Agência Brasil
Frei Betto, 72, é inquestionavelmente um homem de esquerda. Participou da fundação da CUT, serviu de assessor especial ao amigo Lula em seus primeiros anos na Presidência e dá assessoria a movimentos sociais como MST.
Nem por isso passa a mão na cabeça do campo progressista. Para ele, a autocrítica "se faz urgente" após uma sucessão de erros em governos petistas. "Agarramos o violino com a mão esquerda e tocamos com a direita..."
Detrator de Michel Temer, "que perdeu todas as condições de governabilidade", e defensor de uma nova Diretas-Já, o frade dominicano é pessimista com o quadro atual. "Voltamos à era do messianismo político, a mesma que gerou Hitler e Mussolini", diz à reportagem por e-mail.
RENÚNCIA DE TEMER
Apesar da resistência inicial do presidente Michel Temer, o frei acredita ser "questão de dias" até ele sucumbir à renúncia. "Perdeu todas as condições de governabilidade. A melhor saída é eleição direta já. A democracia não pode temer o voto popular."
BOICOTE À 'INDIRETA-JÁ'
Defensor do voto popular já para 2017, caso Temer caia, ele prefere que a esquerda fique de fora de uma eleição indireta. "Não falo senão em meu nome. Em caso de eleição indireta o mais correto é boicotar. Este Congresso é legal, porém ilegítimo, pelo volume de maracutaias nas quais se encontra atolado", afirma. FHC, Tasso Jereissati, Rodrigo Maia, Nelson Jobim, Cármen Lúcia... Nenhum dos nomes postos para eventual escolha via deputados e senadores o agrada. "O campo progressista não aceita eleição indireta. O futuro presidente teria a cara do atual Congresso."
AUTOCRÍTICA-JÁ
Entre os esquerdistas, frei Betto foi voz solitária ao apontar como o PT, uma vez no poder, reproduziu políticas de governos anteriores. Em 2015, chegou a dizer que a situação política sob Dilma Rousseff estava "mais complicada que cachorro solto em fábrica de salsichas". Para ele, falta autocrítica no campo, "e ela se faz urgente". "Cometemos muitos erros. Agarramos o violino com a mão esquerda e tocamos com a direita..." Acredita que sairão fortalecidos da crise "os partidos e os políticos éticos, mais a nação brasileira, que aplaude a severa punição aos corruptos". Reconhece o risco de conservadores ganharem protagonismo. "O risco existe. Mas espero que os progressistas percam em espaço e ganhem em coerência. Como dizia Darcy Ribeiro "perdi todas, mas jamais gostaria de estar do lado de quem me venceu".
LULA LÁ?
Frei Betto diz não ver futuro para o PT se o partido seguir com a "ideia fixa de ganhar a próxima eleição". Seja Diretas-Já ou 2018, diz que Lula, velho amigo para o qual serviu de assessor especial no início do primeiro mandato, "tem pleno direito de concorrer". Mas ressalva: "O PT precisa voltar a ter um projeto de Brasil, e não apenas de poder". Para unificar a oposição, "há que se buscar unidade em torno de um programa, não de um suposto salvador da pátria".
CIRO GOMES
Correntes progressistas defendem o pré-candidato do PDT à Presidência como um nome possível para a trupe progressista retomar o Palácio do Planalto. O frei, contudo, não o vê como "de esquerda". "Seu projeto de poder é pessoal, é o que percebo até agora", afirma.
SERGIO MORO
O escritor percebe perseguição contra o amigo Lula da parte do juiz responsável pela Lava Jato. Acha que faltaram "provas das acusações" contra o petista no primeiro cara a cara entre ele e o magistrado, em Curitiba. "E quem acusa tem o ônus da prova." Para ele, "Moro se empenha em tentar tirar Lula da vida política".
LAVA JATO
Primeiro foi a "delação do fim do mundo" da Odebrecht, agora o novo apocalipse político com depoimentos da JBS. Para o escritor, a sangria política não será estancada tão cedo. "Não vai parar ainda. O esgoto político brasileiro padece de hemorragia crônica." Não descarta uma tese popular entre petistas, a de que há uma "Lava Jato seletiva" disposta a crucificar o partido. Só que ela foi para os ares após as denúncias que explodiram contra Aécio Neves (PSDB) e Temer (PMDB). "[A operação] era, sim, seletiva, mas a cloaca emergiu de tal forma que nenhum grande partido pode mais posar de ético."
ERA DE EXTREMOS
Acredita ser um mau momento para a esquerda, "que se deslocou das bases populares". Em contrapartida, a maré é favorável a nomes que se dizem "antipolíticos", como João Doria, e o extremismo do pré-candidato ao Planalto Jair Bolsonaro. "Voltamos à era do messianismo político, a mesma que gerou Hitler e Mussolini." Sobre o prefeito de São Paulo, diz: "Doria é um fusquinha que terá pela frente o caminhão do Alckmin".
NOVOS LIVROS
Já com 60 livros no currículo, frei Betto está lançando três novos títulos: "Ofício de Escrever" (Anfiteatro), "sobre a arte da escrita"; "Parábolas de Jesus - Ética e Valores Universais" (Vozes), "uma atualização das parábolas do Evangelho"; e "O budista e o Cristão - Diálogo Pertinente (Fontanários), "longa conversa entre mim e Herodoto Barbeiro, budista praticante. Um texto favorável à tolerância religiosa".
https://br.noticias.yahoo.com/voltamos-%C3%A0-era-messianismo-pol%C3%ADtico-165000515.html

Conta de energia ficará mais barata em junho

O custo extra da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, que esteve em vigor em abril e maio, não será cobrado em junho, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Para o próximo mês, valerá a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional no consumo.
Na prática, em períodos de seca nos reservatórios de água, a produção e a distribuição dos recursos energéticos ficam mais caras. Junho interrompe dois meses seguidos de bandeira vermelha, acionada quando os reservatórios estão mais vazios, gerando um custo extra nas contas de luz devido ao acionamento das termelétricas. No patamar 1 da bandeira vermelha são cobrados R$ 3 adicionais a cada 100 kWk consumidos.
O sistema de bandeiras deixa claro para o cidadão as condições de geração de eletricidade e as taxas cobradas. Segundo a Aneel, a bandeira ficará verde no próximo mês devido à maior afluência nos reservatórios das usinas hidrelétricas e de uma perspectiva de redução no consumo de energia.