segunda-feira, 29 de maio de 2017

Novo ministro da Justiça disse que vai avaliar mudanças na Polícia Federal e ouvir Temer em tudo


Nomeado para o ministério da Justiça no auge da maior crise política enfrentada pelo presidente Michel Temer após a delação da JBS, Torquato Jardim disse em entrevista à Folha de S. Paulo que vai avaliar mudanças no comando da Polícia Federal e prometeu ouvir Temer em tudo.
Jardim é ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, que julgará na semana que vem uma ação que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer.
Questionado se pretende mexer no comando da Polícia Federal, Jardim disse que vai avaliar e ouvir a recomendação de Temer, “de outras personalidades que conhecem o assunto, fazer o meu próprio juízo de valor e decidir. Não vou me precipitar nem antecipar nada”.
Ele já fez críticas a procedimentos da operação Lava-Jato, como as prisões provisórias, por exemplo e, ao ser questionado se teria sido nomeado para interferir nos rumos das investigações, negou. “Em absoluto. Não tem nada a ver com isso”.
“Lancei dúvidas clássicas de um advogado. As prisões são legais, isso é certo. O que me preocupa é a fundamentação correta e precisa do tempo de prisão temporária, quanto ela deve se alongar. E essa preocupação não é só minha. É do Supremo [Tribunal Federal]. Mais de um ministro já falou sobre isso”.
O ministro também negou haver qualquer tipo de tensão entre o Executivo e o Judiciário.
Jardim afirmou ainda que a situação de Temer não o preocupa e que não vê riscos de o presidente não concluir seu mandato. “Se passam as reformas no Congresso, nas próximas quatro ou cinco semanas, tudo será resolvido”.
Ao ser questionado sobre se Temer será cassado no TSE, Jardim disse que o julgamento será “técnico”.
Jardim fez ainda considerações sobre a crise no Brasil, que, para ele, não é política e sim econômica.
“A parceria do Executivo com o Congresso está intocada. Serão votadas todas as reformas, trabalhista, da Previdência, o financiamento das dívidas dos municípios”, afirmou.

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