sexta-feira, 29 de julho de 2016

Lula: se queriam me tirar da disputa em 2018, isso não era preciso


  • Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo
    O ex-presidente Lula durante a Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo, nesta sexta-feira (29)
    O ex-presidente Lula durante a Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo, nesta sexta-feira (29)
Após ter virado réu na Justiça por suspeita de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva insinuou nesta sexta-feira (29), durante evento em São Paulo, que, quanto mais tentam tirá-lo da disputa presidencial de 2018, mais ele tem vontade de concorrer.
"Se o objetivo de tudo isso é me tirar de 2018, isso não era necessário, a gente escolheria outro candidato mais qualificado, mas essa provocação me dá uma coceira", disse, durante evento em São Paulo. Lula afirmou que pretende brigar até o último dia de sua vida e que não vai se calar diante de ameaças.
"Duvido que tenha alguém nesse país que seja mais cumpridor da lei do que eu, que respeite mais instituições do que eu", afirmou depois. Lula tornou-se réu na tarde desta sexta-feira, quando o juiz Ricardo Leite, da Justiça Federal do Distrito Federal, aceitou denúncia contra o ex-presidente, o ex-senador Delcídio Amaral e outros cinco investigados, todos acusados pelo Ministério Público de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Lula teria participado de uma trama para comprar o silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Crise econômica

O ex-presidente afirmou também que não tem a solução para tirar o Brasil da crise econômica, mas voltou a dizer que a recuperação passa pela ativação do consumo interno, por meio de uma política de expansão do crédito. "Somos 204 milhões de brasileiros ávidos de adquirir muita coisa que não temos", argumentou.
Para Lula, o País precisa apostar em uma política de crédito, a exemplo do fez durante o seu mandato. "Temos de mudar a lógica", afirmou o petista, em referência ao ajuste fiscal prometido pela equipe econômica do governo de Michel Temer. "Não precisa fazer curso de pós-graduação em economia na USP para saber disso, é só ser sindicalista e fazer campanha salarial que a gente sabe", defendeu.

OLIMPÍADA - Medalhistas individuais ganharão o dobro de esportes coletivos em premiação

Em esportes individuais, a P&G pagará R$ 15 mil e o Bradesco, R$ 20 mil; em coletivos, a P&G banca R$ 10 mil, e o Bradesco, R$ 7,5 mil. Medalhistas de ouro, prata e bronze receberão a mesma quantia, sem distinção.
"O foco agora é em competição, nos treinos e em ajustes finais", disse Adriana Behar, gerente de planejamento esportivo do COB. "Depois que competir, vem o momento de celebrar, de receber esta premiação. É  uma consequência do resultado".
Os prêmios serão entregues em uma estrutura temporária de 2.000 m² no Espaço Time Brasil. Segundo o COB, a estimativa de público diário é de 550 pessoas, e o espaço também receberá shows, ações de patrocinadores e eventos de imprensa.

HUMOR - PORTA DOS FUNDOS - PEDIDO


CULTURA - POEMA DE MARC SOUZA - ALÍ


MÚSICA - LOSING MY RELIGION - R.E.M


CULTURA - CRÔNICA DE MARC SOUZA - UMA BREVE HISTÓRIA DE AMOR


UMA BREVE HISTÓRIA DE AMOR

Por entre as gôndolas do supermercado ele percebe uma figura familiar. De repente, sente seu corpo gelar, e seus batimentos cardíacos aumentarem. Por um instante, fica imóvel. Incapaz de qualquer movimento. Incapaz de qualquer ato, mesmo o mais simples. Mesmo o mais discreto. Não consegue sair do lugar. Afinal, esta é a primeira vez que a vê após a separação. “Três meses” - pensa ele – “Três meses e ela continua linda. Maravilhosa”.
            Aos poucos a sensação desconfortante vai desaparecendo e os seus sentidos retornando. Então ele começa a segui-la com os olhos. A distancia. “Agora ela vai pegar o brócolis” – pensa – “Bingo”. “Ela não mudou em nada. Continua a mesma natureba de sempre”. Sorri. Ainda a conhece muito bem.
            Por entre as gôndolas, analisando cada passo da sua ex companheira ele se lembra dos tempos em que viveram juntos. E da falta que ela lhe fazia. Ele ainda a amava. De longe percebeu que pelas quantidades de produtos que ela estava comprando, ainda estava sozinha. Talvez ainda gostasse dele.
            De repente foi acometido por uma vontade louca de ir até ela e dizer que lhe amava. Dizer que ela era a mulher da sua vida. “Eu te amo” – pensou – “Te amo para todo o sempre”.
            Ela se vira para ele, mas finge não vê-lo. Continua a fazer suas compras, agora, mais devagar. Sente que ele a olha e começa a olhá-lo também discretamente. Nota quando ele percebe que ela o viu e passa a fazer suas compras.
            Por entre as gôndolas do mercado, ela o observa. Acompanha-o com os olhos. “Nada mudou” – pensa – “Ele continua o mesmo”. “Os mesmos gostos, os mesmos modos”. “Será que ele ainda me ama, como eu o amo?”
            Pensa em ir até ele. Perguntar como ele está. Mas  não consegue. Algo a deixa imóvel. Paralisada. O que ela mais quer neste momento é ir ao seu encontro. Abraçá-lo. Beijá-lo. Dizer que o ama. Dizer que ele é o homem da sua vida.
            Encontram-se no caixa. Estão lado a lado. Depois de meses de separação, lá estão eles, lado a lado, pela primeira vez.
Suas vidas novamente se cruzam. O destino novamente os une.
Olhando um nos olhos do outro dizem simultaneamente:
           - Oi! - E se vão, cada um para o seu lado. Cada um para o seu caminho.

CINEMA: Assista ao Trailer: A LENDA DE TARZAN


Lula, Delcídio e outros 5 viram réus acusados de tentar obstruir a Justiça

 O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público e transformou em réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senadorDelcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bunlai.
Eles são acusados de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na estatal do petróleo.
É a primeira vez que Lula vira réu na Lava Jato. Por meio de nota, os advogados do ex-presidente da República afirmaram que o petista já esclareceu, em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), que ele "jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato".
Ainda de acordo com os defensores de Lula, "a acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade, que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar"
Delcídio foi preso em novembro do ano passado, após ter sido gravado pelo filho de Nestor Cerveró prometendo à família do ex-diretor da área internacional da Petrobras que iria conversar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar libertá-lo.
À época, Cerveró estava preso preventivamente em Curitiba, acusado de participar do esquema criminoso que desviou dinheiro da petroleira, e Delcídio era líder do governo Dilma Rousseff no Senado. Após fechar o acordo de delação premiada com o Ministério Público, Cerveró passou a cumprir pena em prisão domiciliar.
Em um dos trechos do áudio gravado pelo filho de Cerveró, o ex-senador sugere umplano de fuga para o ex-dirigente da estatal ir para a Espanha passando pelo Paraguai. Na gravação, Delcídio também prometeu ajuda financeira de R$ 50 mil mensais para a família de Cerveró e honorários de R$ 4 milhões para o advogado Édson Ribeiro, que, até então, comandava a defesa do ex-diretor da Petrobras na Lava Jato.
Em contrapartida, apontam as investigações, Cerveró silenciaria em sua delação premiada em relação ao então líder do governo, a Lula, Bumlai, André Esteves e aos demais acusados.
Em maio, quando incluiu Lula, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai na denúncia que já havia sido apresentada ao STF contra Delcício, André Esteves, Diogo Ferreira e Édson Ribeiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o ex-presidente da República manteve controle sobre as decisões do esquema operado na Petrobras. Conforme o chefe do Ministério Público, Lula também tentou influenciar o andamento da Lava Jato.
“Embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne as articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava Jato, a sua nomeação ao primeiro escalão, à articulação do PT com o PMDB, o que perpassa o próprio relacionamento mantido entre os membros deste partidos no concerta do funcionamento da organização criminosa ora investigada”, escreveu Janot na peça apresentada ao STF.
“Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse”, complementou o procurador-geral.
A denúncia aceita nesta sexta-feira acusa os sete réus de três crimes: embaraço à investigação de organização criminosa, que prevê pena de 3 a 8 anos de prisão; patrocínio infiel (quando advogado não defende corretamente interesses do cliente – os outros réus foram considerados coautores de Édson Ribeiro neste crime), que prevê pena de 6 meses a 3 anos; e exploração de prestígio, que prevê pena de 1 a 5 anos.A decisão
No despacho que tornou réus Lula e os outros seis acusados, o magistrado da 10ª Vara Federal de Brasília entendeu que estão presentes elementos probatórios para início de uma ação penal. Ricardo Leite concedeu prazo de 20 dias para os sete réus se manifestarem sobre a acusação e determinou a retirada do sigilo do processo.
O juiz também ordenou que as defesas dos acusados fossem informadas por e-mail sobre a abertura da ação penal. Leite destacou que decidiu informar os acusados por meio eletrônico, além da intimação oficial, porque o caso possui "interesse midiático" em razão da projeção nacional dos envolvidos na denúncia.
Nos últimos meses, Lula tem acusado magistrados e integrantes do Ministério Público de vazarem informações para a imprensa com o objetivo de promover "espetáculos midiáticos" com decisões envolvendo ele.
Depois que os advogados dos sete réus se manifestarem, terá início a fase de produção de provas e os interrogatórios de testemunhas de defesa e acusação. Concluída esta fase, o juiz decidirá se condena ou absolve os sete acusados de tentar obstruir o trabalho da Justiça.O que disseram os suspeitos
Convidado de um evento de bancários na capital paulista, Lula comentou nesta sexta-feira, poucas horas depois de virar réu na Lava Jato, a decisão da Justiça Federal. Em seu discurso, o petista disse que o Ministério Público e a Polícia Federal têm de provar as acusações feitas contra ele no processo (assista ao vídeo acima).
Apesar de começar seu discurso citando a denúncia, o ex-presidente comentou em seguida sobre o apartamento em Guarujá e o sítio em Atibaia, ambos imóveis localizados em São Paulo, atribuídos a ele e que são alvos de investigação da PF. No entanto, tanto o sítio quanto o triplex não têm relação com a acusação que foi aceita nesta sexta pela Justiça do Distrito Federal.
“Eu não quero falar dos meus problemas pessoais para não transformá-los em problemas coletivos, mas enquanto estou aqui conversando com vocês eu fiquei sabendo que foi aceita uma denúncia contra mim de obstrução de Justiça. [...] Eu não ia tocar no assunto, mas eu já cansei. Eu não tenho que provar que eu tenho apartamento. Quem tem que provar é a imprensa que acusou, o Ministério Público que falou que eu tenho, a Policia Federal que diz que eu tenho.”
O advogado Antonio Figueiredo Basto, que defende Delcídio do Amaral, disse que não vai comentar a decisão da Justiça Federal.
Em nota, o advogado Sepúlveda Pertence, um dos responsáveis pela defesa de André Esteves, disse que vai "lutar" para conseguir a "absolvição sumária ou mesmo a rejeição da denúncia".
“O juiz deve ainda examinar se é caso de absolvição sumária ou mesmo de rejeição da denúncia, e nós vamos lutar por isso, pois estamos convencidos de que nosso cliente não cometeu nenhuma irregularidade. Não há justa causa para abrir processo penal em bases tão fracas”, enfatizou no comunicado.À frente da defesa de Édson Ribeiro, o criminalista Marcos Criciúma disse à TV Globo que refuta completamente os fatos descritos na denúncia do Ministério Público. De acordo com os advogados, Ribeiro nunca frustrou os interesses de Nestor Cerveró, que era seu cliente até a Polícia Federal prendê-lo sob a acusação de estar envolvido em uma tentativa de calar o ex-dirigente da Petrobras.
O defensor de Édson Ribeiro também afirmou que espera que o juiz reverta a decisão e não aceite a denúncia contra o ex-advogado de Cerveró.
A defesa de José Carlos Bumlai ressaltou que não teve acesso a decisão, mas, no momento oportuno, quando for apresentada a resposta, pretende mostrar que o pecuarista não pagou nenhuma vantagem para Delcídio tentar evitar que Cerveró fizesse denúncias contra ele em sua delação premiada. Segundo o advogado de Bumlai, mesmo porque o ex-dirigente da estatal do petróleo não teria nenhuma informação comprometedora contra o empresário.
"A maior confirmação de que a informação não procede é que a delação foi, de fato, concretizada, e o próprio Cerveró já afirmou em outro processo que nunca tratou com Bumlai sobre qualquer irregularidade no âmbito na Petrobras", destacou o advogado.
O defensor de Maurício Bumlai informou que irá se manifestar somente depois que tiver acesso aos autos do processo.
O advogado Délio Lins e Silva Júnior, que defende Diogo Ferreira, disse que já esperava o recebimento da denúncia pela Justiça e que irá apresentar a defesa oportunamente.Temor de Moro
A denúncia inicial – contra Delcídio, André Esteves, Diogo Ferreira e Édson Ribeiro – foi apresentada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal no começo deste ano. Porém, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no STF, determinou que fosse enviada para a Justiça Federal de Brasíliadepois que Delcídio foi cassado no Senado e, consequentemente, perdeu o foro privilegiado.
Na ocasião em que Delcídio deixou de ser senador, o procurador-geral da República pediu ao Supremo que o processo fosse enviado para o juiz federal Sérgio Moro, encarregado pelos processos da Lava Jato na primeira instância, por entender que havia conexão dos fatos com o esquema de corrupção que agia na Petrobras.
Janot ponderou que, parte dos denunciados, como José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, e o próprio Cerveró já são alvos de processo no Paraná, portanto, na opinião dele, o processo deveria ser enviado para Curitiba. A defesa dos acusados, contudo, contestou o pedido para que o processo ficasse sob a responsabilidade de Moro.
Os advogados de André Esteves, sócio do banco BTG Pactual, argumentaram que o suposto crime foi cometido em Brasília e, por isso, deveria ficar sob a jurisdição da Justiça do Distrito Federal.
Já a defesa de Lula ponderou que o caso deveria ir para a Justiça Federal de São Paulo porque os fatos que originaram a denúncia ocorreram naquele estado.
Teori Zavascki reconheceu que o que permitia que o inquérito seguisse no Supremo era o foro privilegiado de Delcídio. Mas, depois que o ex-líder do governo foi cassado pelo plenário do Senado, o caso deveria continuar na primeira instância, frisou o ministro.
Embora o caso tenha saído da jurisdição de Janot, a Procuradoria da República no Distrito Federal ratificou a denúncia apresentada contra Lula e os outros seis por suposta tentativa de atrapalhar a Justiça.
Em seu despacho, o ministro do Supermo lembrou que o tribunal já havia decidido que não há a chamada "prevenção" para denúncias que não se refiram especificamente à corrupção na estatal do petróleo. O magistrado ponderou que a definição do juízo que deve tocar o caso deve ser feita conforme o local onde o crime foi cometido.
Teori enfatizou ainda que os supostos delitos ocorreram no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, "com preponderância desta última porque onde desempenhava o ex-parlamentar sua necessária atividade".
O relator da Lava Jato no STF também frisou que foi em Brasília que o filho de Cerveró, Bernardo, gravou a conversa que deu origem à descoberta da trama.
Leia a íntegra da nota divulgada pelos advogados de Lula:
Nota
O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recebeu citação relativa a processo que tramita perante a 10a. Vara Federal de Brasília (IPL n. 40755-27.2016.4.01.3400). Mas, quando isso ocorrer, apresentará sua defesa e, ao final, sua inocência será certamente reconhecida.

Lula já esclareceu ao Procurador Geral da República, em depoimento, que jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato.

A acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade - que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar.

Lula não se opõe a qualquer investigação, desde que realizada com a observância do devido processo legal e das garantias fundamentais.

Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins

Vila do Pan-2007 é mico de R$ 300 milhões, tem chão afundando e crateras

José Ricardo Leite e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro

Se a falta de água, luz e gás na Vila Olímpica da Rio-2016 fez alguns atletas chiarem, imagine então se eles tivessem que conviver diariamente com problemas estruturais em prédios e crateras pelas ruas de onde estão abrigados. Pois saiba que é assim que vivem hoje os cariocas que investiram um bom dinheiro para comprar um apartamento da Vila dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Nove anos após o evento esportivo, moradores do espaço ainda sofrem com intermináveis problemas causados por erros na construção dos 17 prédios e na urbanização do entorno deles.
Por causa disso, ainda hoje, circular pelo bairro, de carro ou a pé, é um desafio. Vias estão interditadas para passagem de veículos por causa dos problemas. As calçadas são desniveladas e, portanto, perigosas para crianças ou idosos. Parte das garagens de dois edifícios estão interditadas e não podem ser mais utilizadas. A entrada dela virou um entulho de plantas e vegetais.
Desde 2011, a Prefeitura do Rio realiza obras no bairro para recuperar suas ruas. Cerca de 72 milhões já foram empregados em três projetos para estabilização do solo da vila. Os moradores, no entanto, reclamam que isso ainda não é suficiente. Dizem da falta de vontade da prefeitura e chegaram a ir à Justiça em busca de reparos nas áreas comuns dos prédios do condomínio. Somado o investido para sua construção e mais os reparos, já foram gastos mais de R$ 300 milhões.
Os moradores também marcaram um protesto para pressionar o município em busca de uma solução. A manifestação acontecerá na segunda-feira (1º), nas vésperas da Rio-2016. Para João Abdalla, presidente da ACVPAN (Associação de Condomínios da Vila Pan-Americana), ela é necessária porque moradores estão abandonados.
"Faremos essa manifestação sem a intenção de atrapalhar os Jogos. Nós tentamos contato, mas ninguém atende. Queremos uma solução pacífica. Agora eles alegam Olimpíada, depois vão falar que tem Paraolimpíada, depois falarão que tem eleições...", disse Abdalla, em entrevista ao UOL Esporte.
Segundo o presidente da associação, ainda há muito o que fazer no bairro. O problema é que a prefeitura já sinalizou que não pretende resolver todos os problemas. Pior que isso: reduziu o ritmo das obras alegando dificuldades financeiras.
"Tem muitas áreas sem terminar. Não existe vontade de consertar", disse Abdalla. "As garagens são os pontos mais críticos. Imagine você não conseguir entrar no seu prédio porque a entrada afundou. Como fazer isso com as pessoas que estão na rua?".

Área problemática para construções

A Vila do Pan foi erguida num terreno pantanoso. Precisaria ter recebido um tratamento especial antes de ter recebido prédios e ruas. Segundo Abdalla, isso não foi feito.
Sem saber disso, todos os imóveis foram vendidos rapidamente ainda antes do fim do Pan. O condomínio foi considerado um sucesso de vendas. Hoje, a associação informou que alguns apartamentos da Vila foram leiloados e um de 160 metros quadrados e quatro suítes foi vendido por R$ 300 mil - valor bem abaixo do mercado.
Procurada pelo UOL Esporte, a SMO (Secretaria Municipal de Obras do Rio) informou que continua realizando obras na Vila do Pan. Essas obras fazem parte de um projeto de R$ 61,9 milhões, devem ficar pronta até o final deste ano e incluem a reurbanização do entorno dos prédios.
A SMO, entretanto, informou que não pretende fazer reparos em áreas internas dos prédios. "Não está previsto nesse contrato a recuperação das trincas das garagens, assunto esse atualmente sendo tratado na esfera judicial", declarou o órgão.

Reparos na Vila Olímpica concluídos

Na quinta-feira (28), o Comitê Organizador da Rio-2016 informou que concluiu os reparos na Vila Olímpica, condomínio que vai receber os atletas dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Os 31 prédios foram construídos pelas construtoras Odebrecht e pela Carvalho Hosken. Custaram R$ 2,9 bilhões e também contaram com financiamento da Caixa Econômica Federal.
No caso da Vila Olímpica, os problemas na obra foram detectados logo após a inauguração do condomínio. Cerca de 630 operários trabalharam nos reparos.
Depois dos Jogos Olímpicos, os apartamentos da Vila serão postos à venda. Antes do início do evento, o interesse de possíveis compradores estava abaixo do esperado.

Traficante brasileiro transforma cela em suíte de luxo no Paraguai

Três quartos, televisão de plasma e até uma biblioteca com a coleção em DVD da série sobre o colombiano Pablo Escobar. O narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão vivia em meio ao luxo na prisão Tacumbú, em Assunção, uma das mais lotadas do Paraguai.

A descoberta de uma bomba de explosivos plásticos no muro da penitenciária na noite de terça-feira não só revelou que o artefato seria usado supostamente para uma fuga cinematográfica, mas que Chimenes Pavão vivia desde 2009 em uma cela com todas as comodidades e protegido pela cumplicidade comprada de altos funcionários.

Três suítes, uma cama confortável, coberta de edredons, e inclusive uma biblioteca onde, em meio a várias obras, se destaca a série completa sobre "Pablo Escobar", serviram de albergue luxuoso ao brasileiro, condenado por lavagem de dinheiro e procurado no Brasil por narcotráfico, observou a AFP em visita guiada de autoridades judiciárias.

"Vamos demolir a cela de Chimenes Pavão e vamos tomar medidas contra os diretores que permitiram os privilégios para este condenado", disse o novo ministro da Justiça, Ever Martínez, que assumiu na quinta-feira passada ante a destituição por este escândalo da ministra Carla Bacigalupo.

O próprio presidente paraguaio, Horacio Cartes, se encarregou de demitir a ministra.
NORBERTO DUARTE/AFP


Dentro da prisão de Tacumbú, muitos presos lamentaram que seu célebre colega, morador da "cela VIP", como a conheciam, tinha sido transferido após revelados os privilégios sobre sua prisão.

"Não sei o que será de nós sem ele", disse um dos prisioneiros que não quis se identificar ao afirmar que Chimenes Pavão era generoso e dava dinheiro para arrumar a quadra de futebol e a capela da prisão, além de pagar por sua segurança dentro da cadeia.

Josieux, um brasileiro preso, admitiu que dentro da prisão "vive-se na miséria" fora do pavilhão de Chimenes Pavão. Em Tacumbú existem 3.500 internos, o dobro de sua capacidade.

Todos sabiam

A advogada do traficante, Laura Acasuso, afirmou que vários ministros da Justiça e ex-diretores de Tacumbú estavam a par dos privilégios de Chimenes Pavão e de outros presos de destaque.
NORBERTO DUARTE/AFP
"Seis ou sete ministros da Justiça e seis ou sete diretores conhecem suas contribuições", assegurou Acasuso.

Antonio González, um dos presos do pavilhão de Pavão, admitiu que o condenado era "o homem mais querido da prisão".

Considerado como um dos traficantes mais perigosos da região e herdeiro do, outrora poderoso, Fernandinho Beira-Mar, que está em uma prisão de segurança máxima no Brasil, Chimenes Pavão foi acusado como suposto autor intelectual do crime, em junho, de um conhecido empresário, Jorge Rafaat, na fronteira com o Brasil.

"Ele (Chimenes Pavão) nunca disse que era santo, mas cumpriu a punição que foi imposta pela justiça e colaborava com dinheiro que gera licitamente através de suas empresas", defendeu Acasuso.

Segundo a advogada, o traficante "tem 1.200 pessoas que emprega em suas empresas". Acasuso entrou junto com os jornalistas durante o reconhecimento de sua suíte de luxo na prisão.

A advogada revelou que Chimenes Pavão, entre outras contribuições, ajudou na construção de dormitórios para os diretores, banheiro privado para os funcionários, melhorias na biblioteca, no salão de visitas e até na alimentação diária de 80 internos, incluindo o salário dos cozinheiros.

Também afirmou que o traficante continuava fazendo doações da prisão e financiando obras para bairros pobres em diferentes partes do Paraguai.

Segundo os especialistas anti-drogas do Paraguai, a fronteira seca nordeste - onde Pavão baseava sua fortaleza - é a ponte do tráfico de cocaína e maconha com destino a São Paulo e Rio de Janeiro.

Um "rei" na misériaComo em muitas prisões da América Latina, em Tacumbú existem presos que, por causa da grande quantidade de pessoas, dormem no chão, passam fome, frio e os motins são a ordem do dia. Mas Chimenes Pavão pagava por sua segurança.

Segundo revelaram alguns presos, cuidar dele era um privilégio, tanto para os reclusos selecionados para fazê-lo, como para os guardas penitenciários.

Um ex-preso, o engenheiro Osvaldo Arias, assegurou, em declarações à televisão, que o pavilhão VIP do brasileiro era consentido mediante pagamento de 5.000 dólares, mais uma cota semanal de 600 dólares.

Esses pagamentos davam direito a visitas em qualquer horário de namoradas, familiares e amigos, além do uso de celulares e toda a tecnologia da internet.

No inferno externo ao pavilhão dos privilegiados estão os reclusos que, sem colchões, "dormem em cima de jornais ou papelões", denunciou a juíza Ana María Llanes, que participou da visita com a imprensa.

Em junho "dois presos morreram de fome e de frio", disse um preso brasileiro que se identificou como Josieu. Outros seis internos faleceram por causa de um incêndio.

"É uma vergonha o que fazem com ele", disse outro preso, um economista condenado pelo roubo de um transportador. "Isso tem um fundo político", protestou.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Juros do cheque especial sobem para 13,46% ao mês em julho, diz Procon

Os juros do cheque especial (o "limite" extra da conta corrente no banco) subiram de 13,37% ao mês em junho para 13,46% em julhoalta de 0,09 ponto percentual. A pesquisa da Fundação Procon-SP foi divulgada nesta segunda-feira (25). 
No empréstimo pessoal, a taxa média dos bancos pesquisados subiu de 6,48% para 6,56% ao mês. 
Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).

Cuidados ao contratar empréstimo

Segundo os especialistas do Procon, o consumidor deve tomar alguns cuidados ao contratar um empréstimo. Veja dicas:
  • Analise a real necessidade de crédito, antes de comprometer seu orçamento;
  • Utilize o cheque especial somente em situações emergenciais e de curto prazo;
  • Se puder, escolha linhas de crédito mais baratas, como, por exemplo, o crédito com desconto em folha (consignado);
  • Evite empréstimos de longo prazo que embutem custos maiores;
  • Não assine nenhum contrato sem antes estar ciente de todos os custos envolvidos na contratação.  

Antes de entrar na Uerj, aluna negra ouviu que não tinha 'cara de médica'

  • Reprodução/Facebook
    "Lembro que quando me perguntavam o que eu queria cursar e eu falava medicina, tinha gente que virava e falava: 'ah, mas você quer isso mesmo? Você não tem cara de médica'", diz a estudante Mirna Moreira
    "Lembro que quando me perguntavam o que eu queria cursar e eu falava medicina, tinha gente que virava e falava: 'ah, mas você quer isso mesmo? Você não tem cara de médica'", diz a estudante Mirna Moreira
O relato de uma jovem negra estudante de medicina na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) viralizou nas redes sociais, no último fim de semana, ao expor as condições sociais da jovem em contraste com o ambiente acadêmico.
No texto, a estudante Mirna Moreira, 22, falou também do preconceito enfrentado antes de ela entrar na universidade, onde cursa o segundo ano após ingressar pelo sistema de cotas. "Lembro que quando me perguntavam o que eu queria cursar e eu falava medicina, tinha gente que virava e falava: 'ah, mas você quer isso mesmo? Você não tem cara de médica'", escreveu.
Moradora do Complexo do Lins, na zona norte do Rio, Mirna definiu que seu "maior acerto" foi ter assumido a estética de mulher negra, nos cabelos soltos. "Antes de entrar nesse espaço da universidade, eu entendi que é muito importante estar ali porque existe a questão da representatividade, que se estende para fora da academia também. Quando eu visto meu jaleco branco e subo o Morro dos Macacos representando a instituição Uerj, como fiz em uma ação sobre sexualidade na adolescência numa escola pública, e as meninas negras dessa escola pedem para tirar fotos comigo, elogiam meu cabelo crespo, e de alguma forma me veem como referência, eu só tenho mais certeza disso", definiu.
"Por isso, principalmente nos espaços acadêmicos, eu faço questão de afirmar que sou do Complexo do Lins. Esse lugar faz parte da minha identidade. Sei da onde eu vim, quem me ajudou a chegar até aqui, e não foi nenhum médico de formação, foi minha mãe que trabalhou como diarista por muitos anos, meu pai que já trabalhou como pedreiro, e que sempre priorizaram meus estudos. Eu sei quem são os pretos que construíram a base para que hoje eu esteja aqui hoje", escreveu.

Jovem quer "devolver à sociedade" como médica do SUS

Em entrevista ao UOL, a jovem contou que já passou por situações nas quais ela vê um viés racista -- como a "surpresa" de alguns colegas quando, ano passado, ainda no primeiro bimestre de aulas, ela gabaritou em uma prova de anatomia prática.
"Apenas duas alunas gabaritaram: eu e uma colega, branca. Houve uma surpresa muito grande da sala somente em relação a mim, e com perguntas do tipo: 'Você escondeu o jogo?', já que era o primeiro mês, ainda, de aula. Mas a outra aluna passou pelo mesmo processo de seleção e não houve esse tipo de questionamento; não tenho dúvida de que foi racismo", atestou.
Mirna fez o ensino fundamental em escola pública, mas seguiu os estudos em escola particular graças à ajuda da madrinha, que vive nos Estados Unidos. "Já questionaram minha cota, já alegaram que eu tenho um tablet... como se eu não tivesse o direito de ter, me esforçando para isso".
A jovem milita na causa negra também em um coletivo da universidade. É ali o espaço, ela aponta, onde vários outros relatos semelhantes ao que ela diz ter ouvido são apresentados, mas de outros cursos. "Isso de 'não ter cara' de uma profissão' é quase unânime entre os negros da faculdade que estão nos cursos tradicionais".
Para o futuro, a aluna de medicina quer "devolver à sociedade" o que ela chama de investimento -- seja por projetos sociais ou pelo trabalho no SUS (Sistema Único de Saúde). "Eu tenho noção de que o meu estudo sai do bolso da sociedade", justificou.
Hoje, a mãe de Mirna é telefonista, e o pai, bombeiro. A filha integra um grupo de dez negros em uma sala de 104 alunos na medicina. 

Mais jovens negros nas universidades

Dados da SIS 2015 (Síntese de Indicadores Sociais), pesquisa produzida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada em dezembro passado, mostraram que, em uma década, foi constatado crescimento na proporção de universitários na faixa etária de 18 a 24 anos --de 32,9%, em 2004, para 58,5%, em 2014--, com destaque para o recorte por cor ou raça, de acordo com os critérios de classificação do instituto.
Do total de estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos, 45,5% estavam na universidade no ano passado. Há dez anos, essa proporção era de 16,7%. Entre os brancos, também houve aumento --de 47,2%, em 2004, para 71,4%, em 2014.
Também ano passado, outro estudo do IBGE revelou que os negros representavam apenas 17,4% da parcela mais rica do país, em 2014 – apesar de a população que se identifica como preta ou parda ter crescido entre a parcela 1% mais rica da população brasileira, cuja renda média é de R$ 11,6 mil por habitante.
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população. Os brasileiros que se declaravam brancos eram 45,5%.

Ciência sem Fronteiras muda e deixa de fora estudantes da graduação

Programa de intercâmbio será reformulado por ministro do MEC
Nova versão servirá como incentivo a alunos pobres do ensino médio
Pós-graduação continua com orçamento no Ciência sem Fronteiras


Dilma Rousseff e alunos do Ciência sem Fronteiras no lançamento da 2ª etapa do programa, em 2014

O Ministério da Educação vai deixar de financiar intercâmbios de universitários da graduação em instituições estrangeiras e passará a oferecer bolsas para estudantes do ensino médio de escolas públicas aprenderem outro idioma fora do Brasil.
“A ideia é contemplar estudantes pobres e de escolas públicas, que tenham bom desempenho e que possam passar um período no exterior, sobretudo, para o aprendizado de um outro idioma”, disse ao Blog o ministro da Educação, Mendonça Filho.
As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.
Deputado federal pelo Democratas de Pernambuco, Mendonça é o único representante de sua legenda na Esplanada.
Ao acabar com o Ciências sem Fronteiras para a graduação, o ministro acredita que ajudará a destinar verbas federais para uma parcela da população que realmente aproveitará de maneira mais eficaz a experiência de passar 1 ano no exterior.
Mendonça Filho contou que ouviu relatos sobre estudantes da graduação que se dedicavam pouco aos estudos e aproveitavam o tempo para somente viajar durante o intercâmbio.
Havia também o problema da não equivalência de disciplinas entre os cursos de outros países e os do Brasil. Isso tornava o ano acadêmico internacional muitas vezes inaproveitável para efeitos curriculares.
O ministro relata também ter ficado surpreso ao saber que os gastos com as bolsas da graduação no Ciência sem Fronteiras eram iguais aos do programa de alimentação escolar para os alunos da educação básica em escolas públicas de todo o Brasil. Cada despesa custava R$ 3,7 bilhões por ano (dados de 2015).
Como se observa no quadro acima, o governo federal gastou R$ 105,7 mil por estudante do Ciência sem Fronteiras contra R$ 94,6 por aluno com merenda escolar. “Uma diferença assim me parece insustentável e não pode continuar'', disse Mendonça Filho.
Essa guinada do Ciência sem Fronteiras também está de acordo com a pretensão do presidente interino, Michel Temer, de tentar reforçar programas sociais para a população menos favorecida. Essa fórmula tem o objetivo de tentar descolar do Planalto a imagem de que o governo do peemedebista eliminará as políticas adotadas pelas administrações do PT.
Outro programa semelhante anunciado nesta semana é o Criança Feliz, vinculado ao Desenvolvimento Social e Agrário. Com custo anual de R$ 2 bilhões, 80 mil “visitadores'' farão acompanhamento presencial a filhos de até 3 anos de beneficiários do Bolsa Família.
Antes, o governo Michel Temer já havia anunciado o reajuste médio de 12,5% no Bolsa Família —equivalente a R$ 295,1 milhões a mais para os favorecidos pelo programa.
NOVA GRADE DO ENSINO MÉDIO
O ministro da Educação afirmou também que pretende fazer mudanças no ensino médio já em 2017. O objetivo da reforma é dar ao estudante autonomia para eleger as matérias pelas quais tem mais interesse.
Mendonça Filho disse que a flexibilização da grade tende a diminuir a evasão escolar e a tornar o ensino médio mais técnico. Segundo o MEC, 15,7% dos jovens de 15 a 17 interromperam os estudos.
Essa mudança na grade depende da aprovação de uma lei ordinária pelo Congresso. O assunto já foi tratado por Mendonça Filho com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estaria a favor da flexibilização.
Para o ministro, o assunto não enfrentará resistência no Legislativo.
CUSTOS DO ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio não terá alterações durante a gestão de Mendonça Filho embora o ministro enxergue alguns problemas na prova.
O Enem de 2017 deve ser o único que ficará sob seu comando. Em 2018, ele deve disputar algum cargo eletivo e pode ter de se desincompatibilizar da função.
Indagado sobre o que gostaria de ver aperfeiçoado no Enem, Mendonça é cauteloso. Cita o custo total aproximado desse exame anual que serve para selecionar interessados em ingressar na maioria das universidades brasileiras.
“O Enem custa aproximadamente R$ 600 milhões. Seria bom se pudéssemos ter mais de 1 Enem por ano, mas seria necessário tentar reduzir esse custo. E é importante dizer que, desse valor total, o gasto com a correção da prova de redação consome perto de R$ 200 milhões'', disse.
Mendonça acha que seria necessário amadurecer um debate sobre a conveniência de ter ou não a prova de redação. Mas reconhece que haverá sempre muitas resistências a respeito. Prefere deixar isso para um momento no futuro –e talvez não seja possível concluir tal mudança na sua gestão.