segunda-feira, 18 de abril de 2016

MARC SOUZA - APARÊNCIAS




Vivemos em um mundo de aparências.
            É triste, mas, é a mais pura realidade.
            Esquecemo-nos de nossas origens, do nosso nome.
            Esquecemo-nos de nós mesmos.
            Com a intenção de causarmos grande impressão, criamos personagens fictícios, que, por mais que nos esforcemos, nunca o seremos.
            O problema é que, só quando estamos a sós, na solidão da nossa casa, do nosso quarto é que caímos em si, sentimo-nos deprimidos, solitários, arrependidos, pois, sabemos da farsa em que vivemos, da farsa a qual montamos, então, pensamos em desistir.
            Decidimos que no dia seguinte, agiremos diferente, que seremos nós mesmos, e que não atuaremos mais, nunca mais.
Nesta solidão, decidimos que a luz do sol é somente a luz do sol e não mais holofotes de uma peça sem sentido, que escrevemos e atuamos incansavelmente.
Rasgamos o roteiro.
Despimo-nos do personagem.
Choramos.
No nosso quarto escuro, em um momento único em que estamos, sem platéia, sentimo-nos bem, felizes, seguros.
E prometemos nunca mais representar.
Mas, a manhã chega, o sol nasce, e, com ele, sua luz, única, forte, revigorante.
O palco, novamente esta iluminado.
Então... Então...
O show não pode parar né?

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