terça-feira, 27 de setembro de 2016

Morre Sombra, do caso Celso Daniel, em hospital de São Paulo

  • Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
    O empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra
    O empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra
O empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, morreu nesta terça (27) no hospital Monte Magno, em São Paulo. Ele ficou conhecido por ter sido apontado, pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo), como o mandante do assassinato de Celso Daniel (PT), em 2002, quando este era prefeito de Santo André.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Sombra estava internado desde o dia 22. O hospital não divulgou a causa da morte. O advogado do empresário, Roberto Podval, disse que seu cliente enfrentava um câncer havia dois anos.
"Acusaram, prenderam, 'publicizaram', trocaram seu nome por alcunha. O adoeceram, ele faleceu. Foi em paz, foi descansar, foi inocente, foi um amigo", afirmou o advogado.

Relembre o caso

Celso Daniel foi assassinado a tiros em janeiro de 2002, em uma estrada de terra de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, depois de ter sido sequestrado no trajeto entre uma churrascaria na capital e Santo André.
No momento do sequestro, o ex-prefeito estava dentro de seu carro, que era blindado, acompanhado de Sombra, seu amigo e segurança, que dirigia o veículo. Os sequestradores fecharam o carro de Daniel com outros três veículos e levaram apenas o ex-prefeito, deixando Sombra no local. 
Luciano Vicioni/Diário do Grande ABC - 01.10.2000
O ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002
Para a polícia, os acusados sequestraram Daniel por engano, já que estavam planejando o crime contra outra pessoa. O MP contraria a versão policial e sustenta que a morte foi encomendada por uma quadrilha que atuava na Prefeitura de Santo André, extorquindo empresários com objetivo de arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais do PT.
A Promotoria afirma que Sombra planejou o assassinato quando Celso Daniel decidiu dar um fim na rede de propinas --o petista teria tomado essa iniciativa ao ser informado que recursos desviados dos cofres públicos eram destinados ao caixa do PT.
Sombra nunca admitiu envolvimento na morte do prefeito, de quem era amigo e foi assessor. Ele chegou a ficar sete meses preso em caráter preventivo, até que o STF (Supremo Tribunal Federal) lhe devolveu a liberdade. Outros seis acusados do crime foram condenados pelo júri popular de Itapecerica da Serra. Eles confessaram o assassinato do petista. 
Pelo menos sete pessoas, entre testemunhas e outros envolvidos no crime, morreram após a morte do ex-prefeito --todas vítimas de homicídio. 

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