sexta-feira, 9 de setembro de 2016

MARC SOUZA - ELEIÇÕES NO BRASIL, EXEMPLO DE CIVISMO OU DESFILE DE BIZARRICES?

Eleições no Brasil, exemplo de civismo ou desfile de bizarrices?

No Brasil, de dois em dois anos, temos nossas vidas invadidas por uma das mais bizarras criaturas do mundo: O bicho político. Um ser mutante que se alimenta de votos. Para conseguir se alimentar ele finge ser uma pessoa do povo. Finge ser como o povo. De repente ele aparece beijando o povo, abraçando o povo. E depois de conseguir o que quer, ele simplesmente desaparece para voltar somente após dois anos, onde começa tudo de novo.

Falando em eleição a que eu mais gosto é a eleição municipal. Não há ocasião melhor para revermos nossos grandes “amigos”. Aqueles que, mesmo morando na mesma cidade, muitos na mesma rua que nós, só os vemos de quatro em quatro anos.
Quando menos esperamos lá estão eles no nosso portão. E sabe qual é a primeira frase deles? “- Meu amigo há quanto tempo?” Como se não soubéssemos o tempo que eles passaram nos ignorando. Aí ele completa: “- Por onde você andou?”. Eles têm ainda a pachorra de perguntar por onde andamos. É muita cara de pau.
Faz vinte anos que a gente mora e trabalha no mesmo lugar, aí vem um filho da mãe, com a maior cara de pau, nos perguntando por onde nós andamos. Depois o cara ainda quer ganhar o meu voto.

Outra coisa muito legal que vemos nas eleições municipais são os jingles. É um “melhor” que outro.
Vejamos:
“O sol nasceu para todos e também para você. Vote em Quércia! Vote em Quércia PMDB”.
Este com certeza é inesquecível. Só tenho uma pergunta: A eleição era para Governador ou para deus?
E este aqui:
“Lula lá, brilhou uma estrela Lula lá!”
Parece até jingle criado pelo Djavan. O que tem haver o dito cujo Lula com uma estrela brilhando? Mais um candidato a deus?
Mas há uma frase inesquecível, um marco da propaganda política nacional:
“Foi o Maluf que fez!” – aparece uma obra e já vem – “Foi o Maluf que fez!”
Na verdade foi o Maluf ou um Maluco que fez?

Nas eleições majoritárias os candidatos têm dinheiro, por isso surgem jingles e músicas, inesquecíveis, agora quando a eleição é para prefeito, aí o bicho pega.
Nas eleições municipais os candidatos nos obrigam a passar por um sofrimento desumano. Afinal quem consegue ouvir aquelas musicas horrorosas dos candidatos? Eles pegam uma música ruim, um sertanejo universitário, por exemplo e, pioram ela. O cara que escreve estas musicas têm que ganhar um prêmio, eles pioram o que já é ruim.
Depois de ouvir a música da até vontade de votar no filho da mãe... no filho da mãe que conseguiu a proeza de escrever a musica.

Bem, a verdade é que no Brasil ainda não sabemos se as eleições são um exemplo de civismo ou um desfile de bizarrices criado para testar a paciência dos eleitores que no final acaba votando no que eles acham o menos ruim. Se é que dá para escolher um.


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