sábado, 20 de agosto de 2016

Após motim na cadeia, 24 presos vão parar em hospital na capital do Acre

Quésia MeloDo G1 AC
Motim começou após protesto de detentos contra revista em cela do presídio (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)Motim começou após protesto de detentos contra revista em cela do presídio (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Um motim no presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco (AC), terminou com 24 detentos hospitalizados na sexta-feira (19). A revolta se deu após revista na unidade prisional em decorrência dos ataques que têm ocorrido no estado ao longo desta semana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os atentados são uma represália de criminosos à morte de um suspeitoem troca de tiros com a PM na terça-feira (16).
Os portões do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), para onde foram levados os detentos feridos, foram fechados e a área ao redor foi interditada. A circulação no unidade foi restringido e a troca de acompanhantes, impedida.
Segundo o diretor de operações da Polícia Militar (PM-AC), coronel Marcos Kimpara, um detento passou por cirurgia e três permanecem internados neste sábado.
"Durante a ação, não foram usadas armas letais para conter os detentos e os policiais também ficaram feridos. Outros detentos receberam atendimento no presídio mesmo. Os policiais feridos fizeram todos os exames de corpo delito. A polícia usou a força física necessária para conter os internos, era uma situação simples, foram verificar uma denúncia e os presos se revoltaram", disse Kimpara.
O motim começou após uma revista em uma das celas do Pavilhão K do presídio. Segundo o coronel, os internos se revoltaram e bateram grades, além de queimarem colchões. A situação foi controlada após 40 minutos. Kimpara afirma que, caso seja necessário, devem ser feitas novas revistas.
"Não há como o crime querer enfrentar os sistemas de segurança pública. O Estado precisa agir dentro da legalidade, mas também com muita rigidez e afinco. As operações vão continuar, não há prazo para ser encerrado até que tudo volte à normalidade e, se for necessário, vamos fazer novas revistas no presídio", afirma.
Início dos ataques
A onda de atentados iniciou após Macio Pires Teles do Nascimento, de 18 anos, morrer em uma troca de tiros com a polícia, na terça (16) no bairro Vila Acre. Segundo a polícia, Nascimento fez um família refém durante um assalto e, ao tentar fugir, entrou em confronto com a PM e foi baleado.
A polícia chegou a informar  que Nascimento era menor de idade. A informação foi corrigda depois pelo Instituto Médico Legal (IML).
Após uma madrugada com nove ocorrências, entre elas a perda total do arquivo cultural do Parque Capitão Círiaco, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, anunciou o reforço de 373 membros das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal (PRF), Exército, Corpo de Bombeiros, Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTrans). Representantes do Ministério Público (MP-AC) e do Judiciário participam da operação.
Na segunda noite, na quinta-feira (17), cinco cidades acreanas sofreram algum tipo de atentado, segundo informações da Segurança Pública. Ao todo, houve o registro de 16 ocorrências e 34 foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.
Em coletiva de imprensa, nesta sexta (19), a Segurança Pública apontou uma redução no número de ataques no Acre durante a madrugada. Na terceira noite de atentados, foram registradas quatro ocorrências. Ao todo, 12 pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos.
Detentos foram encaminhados para o Huerb após motim em presídio (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)Detentos foram encaminhados para o Huerb após motim em presídio (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Nenhum comentário:

Postar um comentário