terça-feira, 8 de novembro de 2016

CRÔNICA DE MARC SOUZA - BONS TEMPOS AQUELES


Bons tempos aqueles. Tempo em que nossa alegria se resumia em encontrar um córrego com água fresca para nos refrescar nas tardes quentes de verão.
Em que jogávamos futebol na rua com uma bola velha, surrada, por vezes murcha, onde as traves eram feitas de chinelos ou tijolos e que a cada gol que fazíamos, faríamos parecer que aquele lugar era o maior estádio de futebol do mundo.
Ah, como era bom!
Jogar bola de gude, bafo, brincar de pega-pega, pique esconde, queimada. Fazer brincadeiras de roda, pular elástico, brincar de amarelinha. Jogar futebol de botão.
Correr pelas ruas do bairro descalço sentindo-se livre, invencível. Imaginar ser mocinho e bandido. Ser um super-herói. Batman? Superman? Homem Aranha? Que diferença isso nos fazia, a diversão era garantida, e os personagens... Podia ser qualquer coisa. Podia ser qualquer um. Um homem morcego mordido por uma aranha. Ou uma aranha gigante que voava.
Como tudo era diferente... E bom.
Podíamos passar a tarde toda observando as nuvens, e com elas imaginar as mais belas imagens, e horríveis também. Criar histórias. Ver histórias.
Inventar histórias de terror jurando ser reais e depois, voltar para casa com medo; Do lobisomem! Da mula sem cabeça! Do saci pererê! De fantasmas, ou, da loira do banheiro.
Tomar banho de chuva... E, claro, levar uma baita bronca da mãe ao chegar em casa.
Bons tempos! Tempo em que nossa maior arte era pular na casa do vizinho para pegar a bendita bola de futebol que insistia em cair sempre na casa do mais chato, ou daquele vizinho que possuía o cachorro mais bravo. Ou furtar frutas nos quintais dos vizinhos mais “abastados”.
Como éramos felizes, e, com tão pouco.
Não havia vídeo games com kineckt ou com super jogos em 3D. Não havia computadores, notebooks, internet, wi-fi ou smartphones.

Bons tempos aqueles em que para sermos felizes bastava-nos uma bola velha e uma imaginação sem limites.

Marc Souza 

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