Ele passou o dia
todo procurando emprego, mas, em vão.
Andou,
andou, andou e nada. Sem emprego. Uma proposta sequer. Mais um dia em vão. Mais
um dia sem conseguir aquilo que mais desejava naquele momento: Um emprego.
Era
só isso que desejava: Um emprego.
Havia
muito meses não encontrava um “bico” sequer.
O
dinheiro estava acabando. Não só o dinheiro, indispensável para a sua
sobrevivência, mas a esperança também estava se esvaindo. Estava triste e
desanimado, mas, procurava não desistir. Estava difícil, mas, não podia
desistir.
Ele
tinha que continuar, e acreditar, que logo as coisas iriam melhorar. Logo
estaria empregado e feliz novamente.
Cansado
pelo dia estafante ele resolveu sentar-se no banco da praça. As pessoas iam e
viam, passavam pela sua frente, mas, ele estava tão absorto em seus
pensamentos, que não via nada. Somente vultos que transitavam à sua frente.
Pessoas sem rostos e sem histórias. Pessoas como ele, invisíveis ao sistema. Um
sistema falido, que o considerava, apesar da pouca idade, quase um inválido.
A
desculpa era sempre a mesma: Quando ele tinha experiência no trabalho, estava
muito velho. Quando não conhecia o trabalho ele não tinha a experiência que a
empresa esperava.
Era
isso que estava vivendo. Uma vida de insegurança e medo. Uma vida de
sentimentos diversos. Decepção. Desânimo. Medo.
Sentado
naquele banco alheio ao que estava acontecendo, à sua volta, deixou-se abater.
De repente não tinha mais forças para sair dali. De repente não queria mais
sair dali. Estava totalmente entregue.
As
horas foram passando e ele foi ficando. Ficando. Imóvel. A noite estava caindo
e ele ali. Olhando para o nada.
Com
a noite os personagens da praça foram mudando. Logo uma mulher, com trajes
mínimos pára à sua frente.
-
Olá bonitão – diz ela se oferecendo a ele, que, a ignora – Bonitão – ela não
desiste – Bonitão, estou falando com você.
-
Oi – responde educadamente, mas sem prestar muito atenção a ela.
-
Você, não esta interessado? – continua ela mostrando-lhe o corpão.
-
Interessado? – pergunta totalmente desinteressado.
-
Você não esta interessado em se divertir um pouco. Fazer um programinha.
-
Fazer um programa?
-
Isso mesmo, meu lindo – diz ela sentando-se ao seu lado.
Ele
olha para ela, pega a carteira e conta o dinheiro que tem. Pensa um pouco,
então decide:
-
Acho que sim – responde ele.
-
Acha, ou tem certeza? – ela pergunta fazendo carinho nele.
-
Vamos lá - diz ele já se levantando abraçado a ela – Mas eu tenho que te dizer
algo.
-
O que quiser meu lindo! Você pode dizer o que quiser, paixão
-
Cobro cem reais!
Marc Souza
escritor
Autor dos livros
Casos Acasos e Descasos - Várias Variáveis de uma Vida Sem Graça
Fatos Relatos e Boatos
marcsouz@yahoo.combr
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