Bons tempos aqueles. Tempo
em que nossa alegria se resumia em encontrar um córrego com água fresca para nos
refrescar nas tardes quentes de verão.
Em que jogávamos futebol
na rua com uma bola velha, surrada, por vezes murcha, onde as traves eram feitas
de chinelos ou tijolos e que a cada gol que fazíamos, faríamos parecer que
aquele lugar era o maior estádio de futebol do mundo.
Ah, como era bom!
Jogar bola de gude, bafo, brincar
de pega-pega, pique esconde, queimada. Fazer brincadeiras de roda, pular
elástico, brincar de amarelinha. Jogar futebol de botão.
Correr pelas ruas do
bairro descalço sentindo-se livre, invencível. Imaginar ser mocinho e bandido.
Ser um super-herói. Batman? Superman? Homem Aranha? Que diferença isso nos
fazia, a diversão era garantida, e os personagens... Podia ser qualquer coisa.
Podia ser qualquer um. Um homem morcego mordido por uma aranha. Ou uma aranha
gigante que voava.
Como tudo era diferente...
E bom.
Podíamos passar a tarde
toda observando as nuvens, e com elas imaginar as mais belas imagens, e
horríveis também. Criar histórias. Ver histórias.
Inventar histórias de
terror jurando ser reais e depois, voltar para casa com medo; Do lobisomem! Da
mula sem cabeça! Do saci pererê! De fantasmas, ou, da loira do banheiro.
Tomar banho de chuva... E,
claro, levar uma baita bronca da mãe ao chegar em casa.
Bons tempos! Tempo em que
nossa maior arte era pular na casa do vizinho para pegar a bendita bola de
futebol que insistia em cair sempre na casa do mais chato, ou daquele vizinho que
possuía o cachorro mais bravo. Ou furtar frutas nos quintais dos vizinhos mais
“abastados”.
Como éramos felizes, e,
com tão pouco.
Não havia vídeo games com
kineckt ou com super jogos em 3D. Não havia computadores, notebooks, internet,
wi-fi ou smartphones.
Bons tempos aqueles em que
para sermos felizes bastava-nos uma bola velha e uma imaginação sem limites.
Marc Souza
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