Eleições
no Brasil, exemplo de civismo ou desfile de bizarrices?
No
Brasil, de dois em dois anos, temos nossas vidas invadidas por uma das mais
bizarras criaturas do mundo: O bicho político. Um ser mutante que se alimenta
de votos. Para conseguir se alimentar ele finge ser uma pessoa do povo. Finge ser
como o povo. De repente ele aparece beijando o povo, abraçando o povo. E depois
de conseguir o que quer, ele simplesmente desaparece para voltar somente após
dois anos, onde começa tudo de novo.
Falando
em eleição a que eu mais gosto é a eleição municipal. Não há ocasião melhor
para revermos nossos grandes “amigos”. Aqueles que, mesmo morando na mesma
cidade, muitos na mesma rua que nós, só os vemos de quatro em quatro anos.
Quando
menos esperamos lá estão eles no nosso portão. E sabe qual é a primeira frase
deles? “- Meu amigo há quanto tempo?” Como se não soubéssemos o tempo que eles
passaram nos ignorando. Aí ele completa: “- Por onde você andou?”. Eles têm
ainda a pachorra de perguntar por onde andamos. É muita cara de pau.
Faz vinte
anos que a gente mora e trabalha no mesmo lugar, aí vem um filho da mãe, com a
maior cara de pau, nos perguntando por onde nós andamos. Depois o cara ainda
quer ganhar o meu voto.
Outra
coisa muito legal que vemos nas eleições municipais são os jingles. É um “melhor”
que outro.
Vejamos:
“O
sol nasceu para todos e também para você. Vote em Quércia! Vote em Quércia PMDB”.
Este
com certeza é inesquecível. Só tenho uma pergunta: A eleição era para
Governador ou para deus?
E este
aqui:
“Lula
lá, brilhou uma estrela Lula lá!”
Parece
até jingle criado pelo Djavan. O que tem haver o dito cujo Lula com uma estrela
brilhando? Mais um candidato a deus?
Mas há
uma frase inesquecível, um marco da propaganda política nacional:
“Foi
o Maluf que fez!” – aparece uma obra e já vem – “Foi o Maluf que fez!”
Na
verdade foi o Maluf ou um Maluco que fez?
Nas
eleições majoritárias os candidatos têm dinheiro, por isso surgem jingles e
músicas, inesquecíveis, agora quando a eleição é para prefeito, aí o bicho
pega.
Nas
eleições municipais os candidatos nos obrigam a passar por um sofrimento
desumano. Afinal quem consegue ouvir aquelas musicas horrorosas dos candidatos?
Eles pegam uma música ruim, um sertanejo universitário, por exemplo e, pioram
ela. O cara que escreve estas musicas têm que ganhar um prêmio, eles pioram o
que já é ruim.
Depois
de ouvir a música da até vontade de votar no filho da mãe... no filho da mãe
que conseguiu a proeza de escrever a musica.
Bem,
a verdade é que no Brasil ainda não sabemos se as eleições são um exemplo de
civismo ou um desfile de bizarrices criado para testar a paciência dos
eleitores que no final acaba votando no que eles acham o menos ruim. Se é que
dá para escolher um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário